Como sair do cheque especial e retomar o controle da sua vida financeira
Tem dúvidas sobre como sair do cheque especial? Neste artigo, vamos explicar de forma simples o que é o cheque especial, por que ele é tão perigoso e, principalmente, como sair dele com passos práticos e acessíveis.
Milhares de brasileiros convivem com esse vilão silencioso nas finanças. Ele parece uma ajuda em momentos de aperto, mas, na verdade é uma das formas de crédito mais caras do país.
Se você está usando o cheque especial todos os meses, sentindo que não consegue mais sair do vermelho, este conteúdo é para você. Com um pouco de organização e força de vontade, é possível mudar sua vida financeira.
O que é o cheque especial e por que ele é tão perigoso?
O cheque especial é uma espécie de empréstimo automático que o banco libera quando o saldo da sua conta zera.
Ou seja, se você tem R$ 0 na conta e faz um pagamento de R$ 300, o banco cobre esse valor e você entra no cheque especial.
O grande problema do cheque especial são os juros. Mesmo com as novas regras do Banco Central que limitaram os juros a 8% ao mês, isso ainda é muito alto. Em um ano, essa dívida pode crescer mais de 150%.
Exemplo prático: Se você usar R$ 1.000 do cheque especial e demorar 6 meses para pagar, pode acabar devendo mais de R$ 1.500, dependendo do banco.
Inclusive, muita gente começa usando o cheque especial “só um pouquinho”, achando que no mês seguinte vai conseguir repor.
Mas o que acontece é o contrário: a dívida cresce, os juros aumentam, e o saldo nunca fica positivo. Isso vira um ciclo difícil de quebrar, e o banco passa a descontar automaticamente qualquer dinheiro que entra na conta.
Passo a passo para sair do cheque especial de vez
A boa notícia é que existe solução. E não precisa ganhar muito dinheiro para sair dessa armadilha. Veja os passos práticos abaixo:
1. Pare de usar o cheque especial agora
O primeiro passo é cortar o mal pela raiz. Enquanto você continuar contando com esse dinheiro como parte do seu orçamento, a dívida vai continuar crescendo e os juros vão se acumular mês após mês.
Por isso, tente viver apenas com o que realmente tem. Muita gente entra no cheque especial por necessidade, e acaba acostumando-se com ele como se fosse um “salário extra”, o que é um erro perigoso.
Esse dinheiro não é seu, é do banco, e o aluguel por ele é um dos mais caros que existem no mercado financeiro.
Se necessário, desative o cheque especial no banco. Muitos bancos permitem isso pelo aplicativo ou direto no atendimento.
2. Anote todos os seus gastos e entenda para onde seu dinheiro vai
Antes de pensar em pagar dívidas, é preciso saber como o dinheiro está sendo usado.
Dessa forma, pegue papel e caneta (ou use o bloco de notas do celular) e anote tudo: contas fixas, mercado, transporte, recarga de celular, lanches, etc.
Você pode se surpreender com o quanto gasta em coisas pequenas. E ao identificar isso, já dá para cortar o que não é necessário.
3. Negocie a dívida com o banco
Entre em contato com o seu banco e peça uma negociação da dívida do cheque especial. Quase todos os bancos aceitam parcelar esse valor com juros menores, em forma de crédito pessoal.
Fale com o atendente e explique sua situação. Às vezes, é possível conseguir uma taxa bem mais baixa e parcelar em até 24 ou 36 vezes. Assim, você para de pagar juros altos e consegue se organizar.
4. Considere fazer um empréstimo mais barato para quitar o cheque especial
Outra opção é trocar uma dívida cara por uma mais barata. Existem empréstimos com juros menores do que os do cheque especial.
Por exemplo, o crédito consignado (para quem recebe salário ou benefício do INSS), crédito pessoal ou até fintechs que oferecem taxas mais acessíveis.
Mas atenção: só vale a pena se você usar o valor para quitar a dívida e não para consumir mais.
5. Crie um plano de pagamento e corte gastos supérfluos
Depois de negociar ou parcelar a dívida do cheque especial, chega o momento mais importante: organizar o orçamento para garantir que a dívida seja paga até o fim.
Afinal, não adianta apenas parcelar, é preciso garantir que as parcelas caibam no bolso sem comprometer as necessidades básicas, como alimentação, moradia e transporte.
Muita gente tenta pagar a dívida de qualquer jeito, mesmo passando aperto em outras áreas, e acaba se enrolando de novo. O segredo aqui é equilibrar: pagar o que deve, mas ainda assim manter uma vida minimamente estável.
Dicas práticas para não cair de novo no cheque especial
Agora que você sabe como sair do cheque especial, o próximo desafio é descobrir como não voltar para ele. Veja algumas atitudes simples que fazem a diferença:
Monte uma reserva de emergência, mesmo que pequena. Não precisa guardar muito. Comece com pouco: R$ 10, R$ 20 por semana. Guarde esse dinheiro em um cofrinho ou, se preferir, numa conta poupança separada.
Esse valor vai te ajudar em imprevistos, como uma conta médica ou uma emergência com o filho, sem precisar recorrer ao cheque especial de novo.
Evite o uso do cartão de crédito como “dinheiro extra”. O cartão de crédito pode ser tão perigoso quanto o cheque especial.
Assim, use apenas para compras planejadas e nunca como complemento da renda. Prefira o pagamento à vista sempre que possível e evite parcelar em muitas vezes, pois isso compromete seu orçamento futuro.
Busque ajuda se precisar: educação financeira gratuita existe. Hoje existem vários canais que ensinam educação financeira de forma simples e gratuita. Veja algumas sugestões:
- Canal “Nath Finanças!” no YouTube;
- App “Mobills” (controle de gastos);
- Cursos gratuitos no site do Serasa.
Aprender a lidar com o dinheiro é um passo essencial para sair do sufoco e mudar de vida.
Programas sociais e auxílios podem ajudar a aliviar as contas
Se a sua renda está muito apertada, vale a pena verificar se você tem direito a algum benefício social do governo. Eles podem ajudar a liberar um pouco do orçamento para quitar dívidas.
- Bolsa Família: ajuda mensal para famílias de baixa renda com filhos.
- Auxílio Gás: desconto para compra de botijão de gás de cozinha.
- Tarifa Social de Energia: desconto na conta de luz para famílias de baixa renda.
Você pode consultar se tem direito pelo aplicativo CadÚnico ou procurar o CRAS mais próximo da sua casa.
Sair do cheque especial pode parecer impossível, mas você consegue. Com organização, negociação e mudanças simples no dia a dia, é possível sair do vermelho e viver com mais tranquilidade.
Lembre-se: ninguém nasce sabendo cuidar do dinheiro. O importante é dar o primeiro passo, buscar informação e não ter vergonha de pedir ajuda.
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