Cresce o número de brasileiros vivendo de aluguel, compreenda o cenário!
Nos últimos anos, a realidade do país tem mudado e isso reflete nos dados mais recentes que apontam um crescimento de brasileiros vivendo de aluguel.
A pesquisa PNAD Contínua, realizada pelo IBGE, revelou um aumento significativo no número de pessoas morando de aluguel, o que reflete mudanças nas condições econômicas, sociais e culturais do país.
Neste artigo, vamos explorar os dados dessa pesquisa e entender as principais causas desse fenômeno crescente, que vem impactando diretamente a vida de milhões de brasileiros.
Brasileiros vivendo de aluguel: entenda os dados da pesquisa
De acordo com os dados mais recentes da PNAD Contínua, o Brasil tem experimentado um aumento considerável no número de domicílios alugados.
Em 2024, a pesquisa revelou que 23% dos brasileiros vivem de aluguel, representando um crescimento de 45,4% desde 2016.
Isso reflete uma mudança significativa no perfil habitacional do país, já que, em números absolutos, o Brasil passou de 12,3 milhões para 17,8 milhões de domicílios alugados.
O dado mais alarmante é que, ao mesmo tempo, a porcentagem de domicílios próprios e pagos caiu de 66,8% para 61,6%.
Ou seja, considerando números absolutos, o número de moradores que pagavam aluguel foram de 35 milhões para 46,5 milhões em um período de oito anos.
Outros dados relevantes da pesquisa
Além do aumento no número de brasileiros vivendo de aluguel, a pesquisa também apontou outras transformações importantes:
O número de residências compostas por uma única pessoa aumentou para 18,6% dos domicílios em 2024, um crescimento de 6,4 pontos percentuais em relação a 2012.
De acordo com analistas, isso está ligado ao envelhecimento da população e à mudança de comportamento. Especialmente entre mulheres com mais de 60 anos, que têm optado por viver sozinhas.
A maioria das residências no Brasil ainda são casas, representando 84,5% dos domicílios.
No entanto, os apartamentos têm registrado crescimento, chegando a 15,3% das residências, um aumento de 29,8% em comparação com 2016. Esse crescimento reflete a urbanização e a busca por maior segurança e infraestrutura.
Possíveis causas para o aumento do aluguel nas residências
O aumento no número de brasileiros vivendo de aluguel está diretamente vinculado a uma série de fatores econômicos, sociais e demográficos.
Essas causas têm moldado a realidade habitacional do país e impactado a escolha do aluguel como uma alternativa mais viável, especialmente entre as classes C e D.
Abaixo, detalhamos as possíveis razões que explicam esse fenômeno crescente:
Dificuldade de acesso à casa própria:
Um dos principais obstáculos que as famílias enfrentam para conquistar a casa própria é o elevado custo do financiamento.
No Brasil, as taxas de juros para empréstimos imobiliários são tradicionalmente altas, o que torna o crédito mais caro e inacessível para grande parte da população. Especialmente para as classes C e D, que possuem uma renda mais limitada.
Além disso, o valor das parcelas dos financiamentos, muitas vezes, supera o orçamento das famílias, que, mesmo com a intenção de comprar um imóvel, acabam sendo desencorajadas pelos custos envolvidos.
Isso ocorre principalmente em um cenário econômico instável, com inflação crescente e aumento da taxa de juros pelo Banco Central, que impacta diretamente as condições de crédito.
Como resultado, muitas famílias se veem obrigadas a adiar o sonho da casa própria, optando pelo aluguel como uma alternativa mais acessível e flexível.
Uma alternativa é a participação em programas sociais de habitação, como o Minha Casa Minha Vida.
Mudanças comportamentais e demográficas:
Nos últimos anos, o Brasil tem observado uma mudança significativa no perfil das famílias e nas dinâmicas de convivência.
O envelhecimento da população, combinado com mudanças nos comportamentos sociais, tem levado muitas pessoas a adotarem novos modelos de moradia.
Um exemplo claro disso é o aumento do número de lares unipessoais, ou seja, residências compostas por uma única pessoa.
Além disso, muitos jovens, que buscam maior independência e autonomia, optam por alugar imóveis menores, em vez de assumir o compromisso de um financiamento de longo prazo.
Esse movimento também está associado a uma crescente mudança no estilo de vida e nas prioridades da população brasileira.
Com o aumento da expectativa de vida e o avanço das mulheres no mercado de trabalho, muitos preferem morar sozinhos, valorizando a privacidade e a liberdade, o que contribui para a alta demanda por imóveis de aluguel.
Urbanização e valorização de áreas centrais:
A urbanização acelerada no Brasil tem sido uma das principais responsáveis pela crescente demanda por imóveis alugados.
Com o aumento da população nas grandes cidades, muitos moradores preferem viver próximos aos centros urbanos, onde se concentram as principais fontes de emprego, serviços e infraestrutura, como transporte público, hospitais e escolas.
Esse movimento tem impulsionado a valorização das áreas centrais das cidades, tornando-as mais atrativas para quem busca praticidade e comodidade.
Desse modo, as áreas urbanas passaram a ser vistas como locais mais seguros e com melhor oferta de serviços essenciais, o que aumentou a procura por moradias nessas regiões.
Além disso, a valorização dos imóveis nas zonas mais centrais das cidades tem elevado o preço de compra, tornando a aquisição de imóveis mais difícil.
Para muitos, o aluguel se torna a única alternativa acessível, permitindo que se beneficiem de uma localização privilegiada sem a necessidade de um alto custo inicial ou das longas dívidas associadas à compra de um imóvel.
O número crescente de brasileiros vivendo de aluguel, como revela a PNAD Contínua do IBGE, reflete um cenário em transformação no Brasil.
A dificuldade de acesso à casa própria, somada às mudanças demográficas e comportamentais, tem levado a população a recorrer ao aluguel como alternativa mais acessível e prática.
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