Você sabia que é possível alcançar o sonho da casa própria com a ajuda de subsídios do governo? 

O Minha Casa Minha Vida (MCMV) é o principal programa habitacional do país, e só no primeiro semestre de 2023 foram entregues 10 mil moradias para seus participantes. 

No entanto, assim como qualquer outro tipo de financiamento, é normal que as pessoas tenham dúvidas sobre como participar e se realmente funciona. Inclusive, como realizar as inscrições e quais as faixas de renda disponíveis. 

Mas para mostrar para vocês que o Minha Casa Minha Vida é uma realidade, o Crédito para Todos trará uma série de conteúdos com entrevistas de participantes. Leia mais e confira a primeira delas!

 

Como o Minha Casa Minha Vida mudou a história do Mateus e da Jennifer 

casal feliz em novo apartamento. Imagem ilustrativa para texto sobre a história do Mateus e da Jennifer.

Hoje, vamos conhecer a história do Mateus e da Jennifer, um casal de Belo Horizonte que, por meio do MCMV, realizaram o sonho de ter um apartamento próprio. 

E o melhor de tudo: esse sonho abriu ainda mais portas e possibilitou que o casal tivesse acesso ao crédito e melhorasse as condições de vida. 

O Mateus Teixeira,  34 anos, e a Jennifer Melo, 33 anos, deram uma entrevista inspiradora e recheada de boas dicas. E temos certeza que o relato deles pode ser muito útil para você que também está buscando o primeiro imóvel. 

Que tal conhecer mais sobre eles, como foi o processo de financiamento e o que eles têm a dizer sobre o Minha Casa Minha Vida? Acompanhe a entrevista conosco e boa leitura! 

Por que vocês decidiram participar do Minha Casa Minha Vida?

O primeiro passo para entender toda a trajetória do Mateus e da Jennifer é saber o que motivou o casal a buscar o Minha Casa Minha Vida. Tudo começou entre 2009 e 2010.

O Mateus conta que eles já namoravam há algum tempo e que desejavam casar e ter o próprio lar. “Tinha todo esse sonho do casal, mas não acreditávamos que seria possível ter uma casa. Porque simplesmente ganhámos bem pouco e a nossa renda não dava”.

Nesse sentido, ao pesquisar para comprar e financiar um imóvel, eles se depararam com valores de 30% a 40% para entrada. Ou seja, até um imóvel simples na época, custando R$ 100 mil, demandava uma entrada de R$30 mil a R$40 mil.

Assim, segundo o casal, o que eles ganhavam na época era o suficiente apenas para sobreviver, não era possível juntar dinheiro para comprar um imóvel. 

“De repente, descobrimos que seria possível ter o Minha Casa Minha Vida, pagando o mesmo valor do aluguel e para uma coisa que seria nossa”, afirma Mateus. 

Vocês tiveram algum tipo de orientação para participar do programa? Como foi o processo de escolha do imóvel? 

Jennifer conta que todo o processo para participar do programa MCMV começou com uma movimentação familiar. 

“Algum familiar viu que estava tendo uma construção de um conjunto habitacional e movimentou a família toda, para que todas as pessoas que queriam ter a casa própria fossem lá conhecer”, explica. 

Dessa forma, acabou sendo o futuro apartamento da família, mas na época, os dois não conheciam o MCMV. 

Mateus afirma: “Um detalhe é que quando fomos conhecer esse empreendimento, nós não sabíamos da existência do Minha Casa Minha Vida. Só sabíamos que era um apartamento na planta, popular e na região metropolitana de Belo Horizonte.”

Ou seja, eles apenas sabiam que era um imóvel que poderiam financiar e que caberia no orçamento enxuto do casal. Foi a partir do contato com a construtora que todas as condições foram se esclarecendo. 

Ainda segundo o Mateus, as informações eram até mesmo pouco divulgadas. “A própria construtora, na época, não falava tanto de MCMV, falava que era um financiamento pela Caixa”.

“Depois fomos descobrir que o financiamento era feito pela Caixa, mas através de um programa do governo” concluiu.

Foi dessa forma que o casal descobriu que existia um subsídio nesse tipo de financiamento e que a proposta era justamente facilitar o acesso à moradia própria. 

O processo em si, foi demorado? Desde o momento de solicitação até a liberação do financiamento?

Como dissemos, durante a busca inicial pelo imóvel, Mateus e Jennifer não sabiam o que era o Minha Casa Minha Vida e como ele funcionava. Além disso, o processo de aprovação do financiamento demorou alguns meses, acompanhe: 

“Levamos todos os documentos e o pedido foi negado depois de uns 2 a 3 meses. O processo todo, até a gente ser aprovado, acho que durou entre 5 a 6 meses” conta Mateus. 

De acordo com ele, o primeiro pedido foi negado porque o casal não tinha renda comprovada nessa época. Jennifer trabalhava como CLT, mas o Mateus era estagiário e fazia uma renda à parte, de modo informal. 

Foi após ter o pedido negado que o casal recebeu uma ajuda fundamental. Pessoas envolvidas no processo deram orientações sobre quais documentos usar e como fazer o financiamento acontecer. 

Mateus explica: “Nem era um pessoal direto da construtora. E eles simplesmente ensinaram como deveríamos fazer, quais documentos deveríamos trazer. E um documento importante foi o “Decore”, que comprovava a minha renda informal”. 

Ao utilizar o documento, o casal deu entrada novamente no processo e conseguiu aprovação. 

“Ou seja, o processo foi de mais ou menos seis meses. E só tomei conhecimento do MCMV quando o processo foi negado e as pessoas começaram a ajudar a gente” afirma Mateus.

E como ficou o financiamento e quais eram as condições de pagamento?

Ao descobrir sobre o Minha Casa Minha Vida, Mateus e Jennifer passaram a entender como ele funcionava e quais eram as faixas de renda disponíveis. 

Ou seja, dependendo da sua renda mensal, você se encaixa em uma determinada faixa e nela pode contar com condições específicas para seu financiamento. Um ponto interessante do programa é a possibilidade de utilizar renda única ou familiar no processo.

Mateus explica que houve todo um processo de teste antes de decidir qual renda usar para fazer a solicitação. Ou seja, foram cogitados diferentes situações, seja com a renda única dele, a renda familiar ou a renda com a Jennifer, como casal: 

“Na época, optamos por fazer separado. Porque a pessoa que estava nos ajudando começou a simular o que aconteceria em cada cenário e quando a gente anexava outras rendas, meu subsídio diminuía”.

 “Esse subsídio é o desconto que eu teria comprando o apartamento. A ajuda do governo. A pessoa me orientou a utilizar apenas a minha renda, porque assim eu conseguiria um subsídio mais alto”, explica.

Jennifer afirma que o subsídio foi muito bom e de grande ajuda. “Era um apartamento de R$110 mil ou R$120 mil e pagamos 80% dele”. 

Além disso, como o casal optou por um apartamento na planta, eles só começaram a pagar quando o empreendimento ficou pronto. 

Como o imóvel demorou entre 2 anos e meia a 3 anos para ficar pronto, eles tiveram um tempo para se preparar. 

Como foi o prazo de pagamento estipulado? 

Durante a construção, o casal teve que pagar a “Evolução da Obra”, que é uma taxa comum em empreendimentos comprados na planta. 

Mateus conta que é preciso realizar o pagamento de tempos e tempos, mas que não pesa muito. No entanto, a primeira vez que a taxa chegou, foi uma surpresa, pois ele não se lembrava dela. 

Por outro lado, as prestações do apartamento só chegaram quando eles receberam a chave, quase 3 anos após a compra. 

Sobre as prestações, Jennifer diz: “O bom é que as prestações eram decrescentes. A prestação vai diminuindo ao longo do tempo”. 

Além disso, ela pontua: “Na época, a gente não tinha condição, mas o pagamento de amortização de dívida era muito bom. Se você pagasse a primeira e a última (parcela) diminuía a dívida bastante”. 

E Mateus concorda, afirmando: “Tem muita gente que ensina sobre essa questão e acho muito importante falar sobre. A amortização com a Caixa você consegue diminuir de forma considerável o tempo da sua dívida”. 

Outro ponto importante, é que o casal também teve a oportunidade de parcelar a entrada necessária para o financiamento. Segundo Mateus, a própria entrada foi dividida em 12 vezes. 

“O MCMV, na época, financiava até 90% do empreendimento, os outros 10% deveriam ser pagos. Mas a gente ganhou um desconto desses 10% para viabilizar o pagamento dessa parte. Tem gente que tem o FGTS e usa ele como entrada”.

“Ou seja: tivemos 30 anos de prestação, tivemos que pagar uma entrada, um bom subsídio e nossa prestação foi decrescente. Começamos com mais ou menos 500 reais e a previsão é que ela termine com pouco menos da metade” resume Mateus. 

 

A vida após o MCMV

pessoa segurando chave da casa própria. Imagem ilustrativa para texto história do Mateus e da Jennifer.

Até aqui vocês conferiram mais sobre a história do Mateus e Jennifer e como o Minha Casa Minha Vida foi fundamental para a realização do sonho da casa própria. 

Contudo, algo muito interessante que o casal compartilhou conosco, é que todo esse processo foi além da aquisição de um imóvel. Afinal, houve transformações de pensamentos e perspectivas. 

Após a compra do imóvel na planta, Jennifer engravidou e a necessidade de um lar se tornou ainda maior.

Segundo ela, o Minha Casa Minha Vida  foi crucial na trajetória de vida deles. “Viemos de famílias muito humildes e muita gente mora de aluguel, e ter a casa própria sempre foi um sonho, ter um espaço seu. Um lar mesmo”.

“Não era uma realidade para a gente, pagar 40% de entrada de um imóvel de R$100 mil. A gente não tinha condição, ganhávamos menos de um salário mínimo.  E realmente, se não fosse o MCMV a gente não teria realizado esse sonho”.

Até conseguirem o primeiro apartamento, o casal chegou a morar com os pais de Jennifer. Assim, ela explica que foi um grande passo ter uma casa só deles e poder montar o quarto da filha. 

 “A nossa família também se realizou na gente”, diz Jennifer. Ela explica que esse passo impactou todos ao redor que puderam acompanhar o desenvolvimento do casal e torciam por eles.

Acesso ao crédito

Além do sonho da casa própria, o Minha Casa Minha Vida foi fundamental para ajudar o casal a ter acesso ao crédito. 

“Com o Minha Casa Minha Vida começamos a ter uma prestação, a gente pagava em dia, nunca deixamos o nome ficar sujo. Teve atraso, mas a gente ia lá e quitava. Então, começamos a ter movimentação bancária”, diz Mateus. 

“Tive acesso ao cartão de crédito, meu crédito foi aumentando no banco e tudo foi acontecendo para eu ter mais acesso a empréstimo, a outros financiamentos, e ao cartão com limite bem superior”.

Ele explica que só depois de um tempo foi realmente entender como essas movimentações bancárias abriram novas portas para a vida deles. 

“E tudo é pautado em quanto você tem de dívida, se está pagando e se tem movimentação, que vai mostrando um histórico”, explica ele. 

“O acesso ao crédito é muito bom, a gente só tem que ter consciência e usar ele de maneira eficiente. É o uso consciente” conclui. 

Novos caminhos após a nova casa

A grande mudança mesmo veio na mentalidade e em acreditar que grandes sonhos também são possíveis. Dessa forma, a história do Mateus e Jennifer contou com uma transformação ainda maior. 

“Acho que o primeiro sentimento é de que era possível. É possível ter o meu lar, o meu espaço e a minha independência. Daquela época para frente, eu senti que tudo na vida era possível” conta Mateus. 

“Eu desacreditava que podia ter um carro, porque a vida era difícil financeiramente. E logo depois disso, com muita dificuldade, a gente conseguiu comprar nosso primeiro carro”.

Ou seja, podemos perceber que o programa Minha Casa Minha Vida foi uma etapa que levou a passos maiores. 

Mateus explica: “Eu comecei a acreditar que era possível e depois tudo começou a fluir na nossa vida, sabe? Mudou completamente a minha forma de pensar. A gente consegue, é só ir lá e batalhar.” 

“Esses programas sociais são essenciais para fazerem as pessoas mudarem de vida. Mas também tem um ponto de você querer mudar sua mentalidade. Eu posso, então eu vou correr atrás “, ressalta. 

A importância da informação 

Para finalizar nossa entrevista, também é importante pontuar toda a questão da informação sobre o programa e o que ele oferece. Afinal de contas, esse foi um ponto chave para a trajetória dos entrevistados e é crucial para a população como um todo. 

Jennifer explica que antes de conseguir o financiamento, eles não sabiam que seria possível financiar um imóvel com a ajuda do governo. 

“A gente nem sabia que existia essa possibilidade e não tinha conhecimento do programa. Então, a informação foi muito importante nesse ponto”.

Inclusive, ela ressalta que se houvesse mais informações na época, as escolhas do casal poderiam ser diferentes. “Não era tão divulgado e se fosse, talvez, a gente teria comprado um imóvel em uma localização melhor”. 

Mateus concorda: “A gente não tinha acesso a esse tipo de informação e fomos no primeiro empreendimento. Depois ficamos sabendo de diversos outros lugares que poderíamos ter olhado. Com localidades diferentes e melhores”.

Além disso, Jennifer pontua que o programa oferece ainda mais oportunidades de financiamentos e que, muitas vezes, as pessoas não fazem ideia. 

“Eu já vi pessoas que construíram do zero com o MCMV, a Caixa fazia as conferências e a liberação do dinheiro. Conseguiu construir uma casa, porque nem todo mundo quer viver em apartamento. E as pessoas nem sabem que existe essa possibilidade. Não é só a casinha que é sorteada, não é só o prédio de tamanho popular”.

Por isso, o casal pontua a importância do acesso à informação e orientação. Afinal, o MCMV é um programa amplo, com várias condições para diferentes públicos e demandas.

“E com a internet hoje, a gente tem essa informação de forma muito facilitada, tem o próprio Crédito para Todos e vídeos no Youtube. É só a galera se interessar, procurar e obviamente correr atrás de profissionais que vão conseguir auxiliar de perto” finaliza Mateus. 

 

Continue acompanhando o Crédito para Todos!

E então, o que achou da entrevista? A história de Mateus e Jennifer é realmente inspiradora, não é mesmo? 

Mas claro, se você quer saber mais sobre o MCMV, faixas de renda, condições e como solicitar seu financiamento, temos um conteúdo completo por aqui: Como se inscrever no Minha Casa Minha Vida.  

E continue ligado, em breve, traremos mais entrevistas como essa. Até a próxima!