A Controladoria Geral da União (CGU) identificou 1.078.250 brasileiros falecidos que, até outubro de 2022, ainda estavam ativos registrados no Cadastro Único (CadÚnico) do governo. Esse número representa 1,2% do total de participantes do sistema.

Os casos de irregularidade por indício de óbito, geralmente, acontecem por negligência na atualização dos dados por parte dos beneficiados. Cerca de 486 falecidos estavam no meio do processo de cadastramento do sistema.

Visando solucionar o problema , a CGU fez 35 recomendações ao governo federal. Até abril de 2023, 606 mil mortos já haviam sido descontinuados do CadÚnico.

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Como isso prejudica a população brasileira?

O CadÚnico é a uma importante base de registros dos brasileiros, já que fornece dados socioeconômicos completos da população. O governo federal utiliza do sistema como referência para a gestão de 28 programas, inclusive o Bolsa Família.

Levando isso em consideração, é fundamental que os registros do CadÚnico estejam constantemente atualizados, porque é através deles que o governo consegue aplicar o investimento financeiro correto para suprir todas as despesas dos programas. Você pode atualiza-lo diretamente do site do CadÚnico.

Com a falta da exclusão dos inscritos que vieram ao óbito, os números do CadÚnico ficaram bastante inflacionados. Como consequência disso, o levantamento financeiro feito pelo governo deixou de se tornar condizente com a realidade brasileira, o que ocasionou em gastos e dívidas desnecessários.

No final das conta, como é um órgão público, a população que terá que arcar financeiramente com má gestão do CadÚnico.

Outros casos de irregularidades apurados pelo CGU

Além dos casos da falta dos registro de óbito, a auditoria organizada pela CGU apurou muitas outras irregularidades nos dados inflacionados do CadÚnico. Algumas das mais graves, são:

  • 3.062.088 famílias com renda per capita maior do que a declaradas
  • 20.766 registros do mesmo CPF em diferentes famílias
  • 295.265 casos de incoerência na data de nascimento em diferentes documentos da mesma pessoa
  • 5.535.000 beneficiados de programas sociais sem nenhum CPF registrado

Como forma de solucionar esse déficit a curto prazo, o governo fez um investimento emergencial de R$ 199,5 milhões à municípios e estados para ajudar as famílias mais prejudicadas.